sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Novo regime de administração da escola

Um diploma que transforma a escola num deserto

A proposta de Novo Regime Jurídico da Autonomia, Administração e Gestão das Escolas Públicas não traz autonomia às escolas, ao contrário do que é apregoado pelos responsáveis ministeriais. Pois o novo órgão de gestão da escola nada pode decidir no que diz respeito ao que é importante na escola.
Retira autonomia ao fixar o número e praticamente a composição dos departamentos curriculares.
O peso dos professores vai diminuir nos órgãos de gestão da escola. Mais – um elemento estranho à escola pode ser o responsável máximo pela escola que não conhece, nem conhece alunos, nem professores, nem auxiliares de acção educativa. Logo, o novo candidato e, possivelmente, vencedor fará um projecto para uma escola que não conhece. Como é possível? Isto não é uma empresa, nem uma fábrica!
Assim, encontraremos projectos demasiado idealizados e tão puros e bons, que dificilmente funcionarão numa escola que tem muitas realidades sociais, a chamada escola de massas.
O tão apregoado Conselho de Escola já existe nas escolas, chama-se Assembleia de Escola ( não sei se os grandes pedagogos que nos orientam sabiam disto?). Assembleia de Escola que nunca funcionou como tal, salvo raras excepções, e não funcionará, simplesmente, porque não há cultura suficiente para tal.
Com todas estas “inovações” a escola está a transformar-se num deserto de ideias, em que cada vez mais a fonte não precisa de brotar porque estamos no deserto. Esse foi o melhor exercício pedagógico que este governo fez: secar as escolas e os professores.

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