sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

74% dos professores mudavam de profissão

O secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) disse ontem, no Porto, que "as sucessivas mudanças, correcções, adaptações e alterações" do modelo de avaliação dos professores são o reconhecimento de que, afinal, "o modelo imposto pelo ME é inaplicável".


"Trata-se do reconhecimento de que os avisos e as críticas denunciadas pela FNE tinham plena razão e fundamento", acrescentou João Dias da Silva.


Sendo "incompreensível" a atitude de incumprimento do ME, que teima em relegar para segundo plano as organizações sindicais, informando primeiramente a Comunicação Social, o presidente da Direcção do SPZN considerou "inaceitáveis todas as pressões que estão a ser exercidas para que, à margem da lei em vigor, as escolas realizem procedimentos que eventualmente só serão utilizáveis depois da publicação da legislação que os suporte".


Por isso, continuou João Dias da Silva, a FNE defende que no presente ano lectivo se substitua este modelo (ainda que simplificado) por um outro procedimento que "garanta genericamente o respeito pelos princípios da isenção, da justiça e da primazia da vertente científico-pedagógica na avaliação dos docentes".


João Dias da Silva falava no final da apresentação de um estudo do Observatório da Avaliação de Desempenho, órgão criado pela FNE e pelo Instituto Superior de Educação e Trabalho (ISET).


Desse estudo pode concluir-se que um inquérito realizado a 1018 professores, entre 10 de Outubro e 15 de Novembro, revelou que "74% dos docentes mudavam de profissão se tivessem alternativa e 82% admitem que, se pudessem, pediam a aposentação, mesmo com penalizações".


Estes dados, "preocupantes", revelam que o actual processo de avaliação de desempenho constitui "um corpo estranho" que as escolas rejeitam, porque "não contribui para que o sistema educativo melhore".


Daí o compromisso de que a FNE, na próxima reunião com o ME, não deixará, mais uma vez, de dar expressão à contestação a este modelo de avaliação.


A primeira dessas reuniões, terá de servir também para que se inicie a definição de um calendário negocial a propósito

da revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD).

Porto, 19 de Dezembro de 2008

Departamento de Informação do SPZN


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